Naturopatia

“A Naturopatia é a ciência, arte e a filosofia do tratamento da doença que tem por objectivo trazer a saúde ao homem, através do recurso aos meios naturais”

A OMS considera a Naturopatia como sendo uma Medicina Tradicional.

A origem da Naturopatia se deu com um movimento de “ volta à natureza “ no século XIX. Reagindo contra as práticas médicas da época, a doença, a sujidade e a degradação causadas pela “ Revolução Industrial “, os fundadores europeus da Naturopatia, defendiam a exposição ao sol, água e ar, como a melhor terapia contra todos os males.

A Naturopatia não é apenas uma terapia, mas sim, uma filosofia de vida. Este sistema baseia-se no facto de que o corpo pode curar a si mesmo, quando livre de toxinas que se acumulam devido aos maus hábitos adquiridos durante a vida. Estimulando as defesas naturais do corpo, a Naturopatia alcança o equilíbrio e a harmonia. Hoje em dia, a Naturopatia é muito usada contra uma série de problemas agudos e crónicos. As recomendações para os tratamentos podem incluir algumas práticas isoladas ou combinadas entre si, como:

Dieta de desintoxicação: jejuns ou ingestão de grande quantidade de água e/ou líquidos para purificar o corpo.

Trofologia: conselhos sobre alimentação adequada às necessidades do nosso corpo para cultivar e restabelecer a saúde. Por exemplo a alimentação vegetariana ou a eliminação de certas categorias de alimentos, a combinação de alimentos, ou conforme o grupo sanguíneo, etc.

Suplementos Alimentares: vitaminas, minerais, enzimas, aminoácidos, (para aumentar a resistência).

Fitoterapia: utilização de plantas, flores, ervas e árvores para tratar e prevenir a má saúde física mental e emocional.

Homeopatia: preparações contendo substâncias extremamente diluídas oriundas de diferentes ervas, minerais, animais ou químicos. Com o conceito de que o semelhante cura o semelhante e desenvolvido por Samuel Hahnemann por volta de 1800.

Massagem: por exemplo Shiatsu, massagem Ayurvédica, Quiromassagem, etc.

Redução do stress: Hipnoterapia, Meditação,
técnicas de respiração.

Hidroterapia: uso da água para estimular a circulação e aumentar a energia.

Exercício físico: sugestões conforme problema, características físicas e grupo sanguíneo.

Florais: são essências de plantas e flores que ajudam a equilibrar determinados estados emocionais.

Aromaterapia: tratamento utilizando óleos essências por inalação, massagem, banhos e compressas.

MEDICINA NATURAL

MEDICINA NATURAL

sexta-feira, 11 de março de 2011

A DEFICIÊNCIA EM ÓMEGA-3 MATA MAIS DO QUE O CANCRO DA MAMA

A deficiência em omega-3 é a sexta causa de morte nos EUA, de acordo com um novo estudo. Cientistas da Universidade de Harvard analisaram doze dietas e factores de risco de estilos de vida e metabólicos como o tabaco e a hipertensão arterial, e usaram um modelo matemático para determinar quantas fatalidades poderiam ter sido prevenidas se tivessem sido cumpridas melhores práticas.

O estudo demonstrou que houve entre 72.000 e 96.000 mortes devidas a deficiência em omega-3 preveníveis cada ano, alertando para a importância de estabelecer uma referencia de ingestão para os ácidos gordos EPA (ácido eicosapentanóico) e DHA (ácido docosahexanóico). Outro estudo evidenciou que uma combinação dos ácidos gordos ómega-3 – 4 gramas - e de coenzima Q10 diminuem a tensão arterial e o ritmo cardíaco em doentes com insuficiência renal. Adicionalmente os ómega-3 também são bons para o cérebro, sendo o DHA o principal constituinte. Conforme já referi em posts anteriores os estudos mostram que a ingestão diária de cerca de 1.7 gramas de DHA em combinação com 30 minutos de marcha aumentam a capacidade cerebral por estimulação das células estaminais cerebrais. Literalmente cria novas células cerebrais!
A pesquisa também mostra que os pacientes deprimidos têm em media menores níveis de omega-3.

Os benefícios dos omega-3 são variados, incluindo:
· Doença coronária e AVC
· Desenvolvimento fetal do cérebro e da retina
· Doenças autoimunes
· Doença de Crohn
· Cancros da mama, cólon e próstata
· Hipertensão
· Artrite reumatóide

publicado por Anti-Envelhecimento às 23:08
link do post: http://anti-envelhecimento.blogs.sapo.pt/132345.html

HIPERTENSÃO ARTERIAL e ÓLEO DE PEIXE -ÔMEGA 3 efeito anti-flamatório

Autor: Dra.Aline Artuzi

De 15 trabalhos antes de 1989 que revimos, 9 deles mostraram que os ácidos graxos ômega-3 realmente reduzem a pressão arterial (Knapp – 1989a). Investigações controladas de pacientes hipertensos cuidadosamente monitorados (Knapp – 1989b) e estudos de intervenção populacional (Bonaa - 1990), confirmam que boas doses de óleo de peixe reduzem a pressão arterial na hipertensão essencial.
De uma maneira geral os trabalhos escritos em países da Europa, União Soviética, África e Austrália mostram um bom efeito dos ácidos graxos ômega-3 sobre a pressão arterial. Entretanto na América do Norte, onde as indústrias e o poder econômico ditam as suas próprias verdades científicas, os ômega-3 não mostram resultados tão benéficos, tornando quase impossível distinguir neste País os trabalhos com conflito de interesse.
Venter, pesquisador africano, em 1988 em trabalho duplo cego, controlado com placebo e cruzado tratou 25 pacientes não obesos com hipertensão arterial essencial moderada. O grupo que recebeu a suplementação com ômega-3 ( Efamol-marine 3 cápsulas 3 vezes ao dia) apresentou queda significante da pressão sistólica em 8 semanas de ingestão do ácido graxo (PA : 160/100 caiu para 140/90 mmHg). O Efamol – marine contém em 1 cápsula: 275 mg da ácido linoleico , 40 mg de ácido gamalinolenico e 20 mg de ácido eicosapentanoico. Sabe-se que somente o ácido gamalinolenico e o eicosapentanoico possuem a capacidade de diminuir a pressão arterial. O grupo que recebeu somente o ácido alfa linolenico não apresentou queda de pressão.
Parece que doses acima de 3 gramas de óleo de peixe de água gelada são necessárias para reduzir a pressão arterial de hipertensos e muito importante esta dose não altera a pressão de normotensos .
Em um trabalho tipo meta-análise, Morris pode constatar evidências de um efeito dose-resposta, isto é, maior a dose ingerida do óleo maior a queda de pressão arterial (Morris - 1993).
Kaare Bonaa, pesquisador da Noruega, estudou156 homens e mulheres com hipertensão essencial moderada não previamente tratada, de uma pequena cidade norueguesa, em estudo randomizado, duplo cego e controlado com placebo. Um grupo recebeu por 10 semanas, 6 g ao dia de uma preparação com 85% de ácido eicosapentanoico e docosahexanoico e o outro grupo recebeu 6 g ao dia de óleo de milho. A suplementação foi administrada em cápsulas de 1000 mg na dose inicial de 1 g ao dia aumentando-se gradativamernte para 6 g ao dia , para melhorar a tolerabilidade ao óleo. O óleo de peixe estava na forma etil-ester (etil-ester K85, Norsk Hydro, Oslo, Norway).
Em 10 semans a pressão sistólica caiu 4,6 mmHg (p=0,002) e a pressão diastólica caiu 3,0 mmHg (p=0,0002) no grupo que recebeu o óleo de peixe. De um modo geral a pressão arterial caiu de 145/95 para 140/92 mmHg em 10 semanas de óleo de peixe. Não houve alterações de pressão no grupo que recebeu o óleo de milho. A diminuição da pressão arterial foi maior à medida que aumentava o nível de fosfolípide ômega-3 no plasma (Bonaa – 1990).
É importante salientar que nos pacientes que comiam peixe pelo menos 3 vezes por semana os resultados foram melhores. Incluindo-se apenas homens que consumiam peixe 3 vezes por semana a queda da pressão sistólica atingiu os 11,2 mmHg e a diastólica, 5,6 mmHg. Outro fato digno de nota é que 32% dos pacientes ingerindo óleo de peixe não apresentaram nenhuma modificação da pressão arterial.
Após 10 semanas de óleo de peixe o nível de :
ácido linoleico caiu de 275 para 220 mg/l
ácido araquidonico caiu de 107 para 94 mg/l
ácido eicosapentanoico aumentou de 45 para 115 mg/l
ácido docosahexanoico aumentou de 113 para 136 mg/l
todos gorduras saturadas, não houve modificação: de 550 para 546 mg/l
todos ácidos graxos, não houve modificação: de 1358 para 1359 mg/l

O autor verificou ainda que embora tanto o ácido eicosapentanoico como o docosahexanoico são importantes para reduzir a pressão arterial o mais importante deles é o eicosapentanoico.
Knapp em 1989, em estudo aberto em homens brancos e não fumantes mostrou que 1,8 g ao dia de ácido eicosapentanoico não interfere na pressão arterial, porém 9 g ao dia diminui a pressão sistólica em 6,5 mmHg e a pressão diastólica em 4,4 mmHg. Os resultados do trabalho de Bonaa, nos mostram que não precisamos chegar a doses tão altas.
Margolin em 1991 estudou 46 idosos hipertensos de um modo randomizado, duplo-cego, controlado com placebo e cruzado. O período de tratamento foi de 4 semanas com um período de "washout" de 3 semanas. Comparou 9g ao dia de óleo de peixe com 9 g de óleo de milho. O grupo com óleo de peixe recebeu 3 cápsulas de 1000mg, três vezes ao dia . Cada cápsula continha 30% de EPA, 22% de DHA e 1mg de vitamina E. A vitamina D foi removida para evitar intoxicação. No final a quantidade diária de ômega-3 administrada foi de 4,7 g/dia (52% de 9g/dia). O resultado foi muito bom: a pressão sistólica caiu 11,7 mmHg e a pressão diastólica caiu 5,4 mmHg em 4 semanas de tratamento, ambas com significância estatística.
Em 1991 Peter Singer, pesquisador alemão, reviu os estudos clínicos dos efeitos hipotensores dos ácidos graxos ômega-3 . De 8 estudos de pacientes com hipertensão essencial moderada que receberam em média 5 g/dia de ômega-3 verificou que a pressão sistólica caiu em torno de 10 mmH e a diastólica, 6 mmHg. Quanto maior a pressão inicial maiores são os efeitos hipotensores. Em um estudo que durou 28 semanas a pressão sistólica reduziu 16 mmHg e a diastólica, 8 mmHg.
Uma comparação dos efeitos hipotensores da sardinha ("mackerel")em lata com o arenque em lata, 5 g ao dia de ômega-3, por 2 semanas em trabalho randomizado e cruzado mostrou uma significante redução da pressão arterial somente com a sardinha (queda de 9 a 17 mmHg da pressão sistólica e de 3 a 11 mmHg na pressão diastólica). Lembrar que são necessárias 12 latas de sardinha para suplementar 5g de ômega-3. Outros trabalhos mostraram efeitos hipotensores com 3 latas de sardinha por semana durante meses de tratamento e outros trabalhos não mostraram nenhum efeito mesmo, com as 12 latas/dia.

Comparação do óleo de peixe com drogas antihipertensivas

Em 47 pacientes com hipertensão arterial moderada após um período de 4 semanas de observação comparou-se o propranolol 80mg/dia com o óleo de peixe 9g/dia, administrados por 36 semanas sozinhos ou em combinação de ambos por 12 semanas. O resultado foi a mesma redução de pressão arterial tanto com o propranolol como com o óleo de peixe. A combinação de ambos amplifica o efeito hipotensor (in Singer-1991).

Modo de Ação dos Ácidos Graxos Ômega-3 na Hipertensão Arterial
  1. Síntese de eicosanoides
A explicação mais aceita sobre o mecanismo de ação dos ômega-3 na redução da pressão arterial é a diminuição da síntese de tromboxane A2 e aumento da síntese de prostaciclinas (PGI2 e PGI3) e de tromboxane A3 (Knapp-1989). Lembremos que o tromboxane A2 é vasoconstritor e as prostaciclinas são vasodilatadoras. O EPA da dieta é convertido em PGI3 no homem e não suprime a formação de PGI2 a partir do ácido araquidonico.
Na pré eclampsia , durante a hipertensão , já se verificou aumento da síntese de tromboxane A2. Aqui observa-se o papel favorável da aspirina diminuindo tanto a pressão arterial como os níveis de tromboxano (Meagher-1993).
Os ácidos graxos ômega-3 diminuem a síntese de tromboxane A2 em homens com aterosclerose e em mulheres na pré eclampsia (Knapp-1986 , Schiff-1993). Nestas mulheres o ômega-3 não provoca excesso de sangramento durante o parto.

b- Diois derivados do ácido eicosapentanoico
Existe muito interesse no papel do citocromo P-450 produzindo epoxidos a partir do ácido araquidonico, tais substâncias são vasodilatadoras. Quantidades substanciais de compostos análogos aos epoxidos são derivados do ácido eicosapentanoico durante a ingestão de ácidos graxos ômega-3 (Knapp-1991). Na grávida hipertensa também já se apontou aumento da síntese de epoxidos derivados do ácido araquidonico (Catella-1990).
  1. Diminuição da sensibilidade à angiotensina e alterações na microcirculação
Os ácidos graxos ômega-3 diminuem a sensibilidade vascular aos efeitos da angiotensina (Kenny-1992 , Weisser-1990).
O aumento da atividade plasmática da renina observada nos pacientes hipertensos que estão ingerindo ômega-3 , assim como o alto nível de renina observado nos Esquimós pode ser interpretado como efeito homeostático contra regulatorio (Singer-1985 , Jorgensen-1986).
A melhoria da microcirculação com a diminuição da viscosidade do sangue e o aumento da flexibilidade dos eritrócitos contribuem para a queda da pressão arterial (Terano – 1983 , Cartwright – 1985).
  1. Efeito em eletrolitos: sódio, potássio e cálcio
O efeito hipotensor dos ômega-3 não pode ser atribuído somente à alteração da síntese dos produtos da ciclooxigenase (Knapp-1991 in Knapp-1996), porque esses ácidos graxos provocam aumento da excreção renal de sódio, diminuição do cálcio intracelular e aumento do potássio intracelular, fatores que levam à diminuição da volemia e ao relaxamento da musculatura arteriolar. Essas alterações também provocam menor reatividade vascular a substancias vasoconstritoras como a adrenalina e a noradrenalina.

e- Resistência à Insulina e Insulinemia
Toft em 1995,estudou 78 pessoas hipertensas não diabéticas de forma randomizada e controlada com placebo. Dez semanas de suplementação com ômega-3 reduziu a pressão arterial, porém, não acarretou nenhum efeito sobre a tolerância à glicose ou sobre a resistência à insulina testada com sobrecarga de glicose e uma variedade da técnica do clampeamento insulinico.
Trevor também não observou efeito independente do óleo de peixe sobre a resistência à insulina e insulinemia, em obesos hipertensos que perderam peso. Neste trabalho o autor notou maior queda de peso nos pacientes com restrição calórica que usaram o ômega-3. Verificaram no estudo queda dos triglicérides e aumento do HDL2 colesterol com diminuição do HDL3 colesterol , mantendo-se sem alteração o HDL total e o LDL total (Trevor-1999).

Conclusão

Os dados de literatura sugerem que os ácidos graxos polinsaturados ômega-3 , principalmente o ácido eicosapentanoico (EPA) possuem realmente efeito hipotensor na hipertensão essencial moderada.
É muito importante saber que o óleo de peixe interfere em vários locais do organismo ao lado de reduzir a pressão arterial e que possivelmente seja esta a razão dele diminuir o risco da doença coronariana, o que as drogas antihipertensivas não conseguem.
É chegado o momento de estudar melhor os nossos pacientes hipertensos, pois como já vimos a mudança de estilo de vida reduz a pressão arterial; drogas como a metformina que diminui a resistência da membrana à insulina reduzem a pressão arterial e os ácidos graxos ômega-3 por vários mecanismos também reduzem a pressão arterial e de fundamental importância as três estratégias diminuem o risco de coronariopatia.
A estratégia convencional aprendida na Escola e que é "ensinada" no dia a dia pelos propagandistas de laboratório, em um curto-circuito cerebral médico pernicioso: hipertensão = droga hipotensora , deve ser revista o quanto antes.

Referências Bibliográficas

    • Bonnaa KH, Bjerve KS, Straume B, Gram IT, Thelle D: Effect of eicosapentaenoic and docosahexaenoic acids on blood pressure in hypertension. A population-based intervention trial from the Tromso Study. N Engl J Med, 322:795-801, 1990.

    • Cartwright IJ, Pockley AG, Galloway JH, et al.: The eeffects of dietary omega-3 polyunsaturated fatty acids on erythrocute membrane phospholipids, erythrocyte deformability and blood viscosity in healthy volunteers. Atherosclerosis; 55: 267-281, 1985.

    • Catella F, Lawson JA, FitzGerald DJ, FitzGerald GA: Endogenous biosynthesis of arachidonic acid epoxides in humans: increased formation in pregnancy-induced hypertension. Proc Natl Acad Sci USA,87:5893-5897,1990.

    • Collins R , Peto R , MacMahon S . Blood pressure, stroke and coronary heart disease. Part 2 Short-term reduction in blood pressure : overview of randomized drugs trial in their epidemiological context. Lancet. 335,827-838,1990.

    • Dyerberg J, Bang HO, Stoffersen E, Moncada S, Vane JR. Eicosapentaenoic acid and prevention of thrombosis and atherosclerosis? Lancet,2:117-9, 1978.

    • Ehrström MC. Medical studies in North Greenland 1948-1949. VI. Blood pressure. Hypertension and arteriosclerosis in relation to food and mode of living. Acta Med Scand,140:416-22, 1951.

    • Felippe JJ. A hiperinsulinemia é importante fator causal do câncer e o seu controle possui valor na prevenção e no tratamento desta doença metabólica ou "O pão branco, a farinha branca e os doces facilitam o aparecimento do câncer" Revista Eletrônica da Associação Brasileira de Medicina Complementar. www.medicinacomplementar.com.br. Tema do mês de maio de 2005a

    • Felippe JJ. A insulinemia elevada possui papel relevante na fisiopatologia do infarto do miocárdio, do acidente vascular cerebral e do câncer ou " Pão branco o assassino oculto". Revista Eletrônica da Associação Brasileira de Medicina Complementar. www.medicinacomplementar.com.br. Tema do mês de abril de 2005b
http://www.artigonal.com/nutricao-artigos/hipertensao-arterial-e-oleo-de-peixe-omega-3-efeito-anti-flamatorio-2785521.html

Perfil do Autor
NUTRICIONISTA- UNIRP/SP ATENDIMENTO CLÍNICO NUTRICIONAL

-ATENDIMENTO CLÍNICO-.TRATAMENTO DE DOENÇAS HS / DM / DII/ DISLIPIDEMIAS,ALÉRGENOS ALIMENTARES ,ENTRE OUTROS..

ADULTOS,CRIANÇAS,GESTANTES ,IDOSOS

quarta-feira, 9 de março de 2011

Alguns estudos sobre ómega 3...


Na área cardiovascular:

— Em 1994 pesquisadores franceses fizeram um estudo mais aprofundado sobre a dieta do mediterrâneo, para tentar responder porque que os pacientes com doenças cardíacas tinham poucos benefícios com o consumo de azeite, apesar das evidências epidemiológicas.
O chamado estudo da Lista de Lyon, feito por Michel de Lorgeril e Serge Renaud do Institut National de la Santé de la Recherche Medicale(INSERM), avaliou 605 pacientes que sobreviveram ao primeiro ataque cardíaco. O grupo-controle foi submetido a uma dieta como a indicada pela Associação Americana do Coração, e o grupo experimental,
à dieta do mediterrâneo, com mais pão, raízes, vegetais verdes, peixes, pouca carne e muita fruta. A manteiga e CREAM, foram substituídas, não por azeite de oliva,como no grupo-controle, mas por margarina de canola. Essa margarina era similar ao azeite, só que mais rica em ómega 3. A margarina INSERM tinha 16,4% de ómega 6, linoleico versus 8,6% do azeite e 4,8% de ómega 3 alfa linolenico comparado com 0,6% do óleo de oliva. A relação entre o ómega 6 e o ómega 3 da margarina era de três para um. Além disso, o aumento do consumo de peixe aumentou a concentração de ómega 3
(para se ter uma ideia, a dieta típica americana tem um relação de 20:1).
O estudo foi publicado no Lancet. Ocorreram 20 mortes (8 mortes súbitas) no grupo-controle, formado por 33 pacientes. Para os 38 pacientes do grupo da margarina, houve apenas 8 mortes e nenhuma súbita. A diferença foi tão contrastante que, por questões éticas, submeteram o grupo-controle também à dieta mediterrânea. No follow up, a maioria manteve a dieta com 1.2% deles tendo eventos cardíacos anualmente.
Aqueles que não continuaram com a dieta tiveram um aumento de 4.1%, ou seja mais de 300% de diferença.
— Em 1999 no LANCET Roberto Marchioli do GISSI Prevenzione Coordinating Centre, em Santa Maria Imbaro, Itália, estudou 11.324 sobreviventes de ataque cardíaco de Outubro de 1993 a Setembro de 1995. Foram divididos em 4 grupos; um recebeu ômega 3 mais vitamina E; outro, apenas vitamina E; outro, apenas ómega; e outro, ainda, não recebeu nada. Para aqueles que tinham uma dieta mediterrânea, a adição de vitamina E não fez diferença, mas a adição de ómega reduziu o risco de ACV, fatais ou não.

Quanto ao Ómega 3, no que se refere às doenças cardiovasculares, podemos concluir:

• Reduz risco de ataque cardíaco em 20 a 40%
• Reduz risco de morte súbita durante e após o ataque cardíaco em 20 a 40%
• Reduz levemente a pressão arterial
• Reduz triglicérides
• Reduz colesterol LDL

Na área de saúde mental:

— Estudos com ratos em dietas isentas de Ómega 3, foi observado que levava diversas gerações para o cérebro reduzir sua concentração de Ómega 3, isso porque por um mecanismo de sobrevivência, o cérebro retém o quanto de Ómega ele pode, e a maioria do Ômega vem do leite da mãe. Os ratos com a deficiência tornavam-se mais ansiosos, entravam em pânico em situações stressantes e paravam de aprender novas tarefas — Joseph R. Hibbeln, chefe da Laboratório de Estudos Clínicos do Instituto Nacional em Abuso de Álcool e Alcoolismo, do Instituto Nacional de Saúde em Bethesda,estudou a associação de lípides e depressão. O estudo foi publicado no Lancet em 1998, cruzando os níveis de Transtorno Depressivo Maior e consumo de peixe em diversos países.
O Japão tinha o menor índice de incidência (anual), com 0,12%, enquanto a Nova Zelândia tinha 6%. Ele também encontrou uma correlação inversa entre o consumo de peixe e a incidência de depressão pós-parto em diversos países. Hibbeln mostrou que os países com maior incidência de depressão também eram aqueles com maior incidência de doença cardíaca, talvez a deficiência de ómega 3 seja o elo que faltava para explicar o motivo de pessoas portadoras de depressão maior terem maior risco de doença cardíaca e menor de sobrevivência, se tiverem um ataque cardíaco. Evidentemente,estamos falando de correlações, daí ser uma relação de causa e efeito é outra coisa. Por exemplo, descobre-se que quem tem televisor de plasma tem maior incidência de leucemia: isso é uma correlação. Causa e efeito seria conseguir provar que o televisor de plasma causa leucemia.

Mas vários estudos têm mostrando a possível relação de causa e efeito:

— Peter Adams e seu colegas no Hospital de Base e no Centro para Pesquisa em Saúde Mental em Melbourne, Austrália, mostraram que a severidade dos sintomas depressivos estavam relacionados a uma maior concentração sanguínea de ácidos graxos ómega 6 (ácido aracdônico), comparado com níveis mais baixos de ómega 3
— Michael Maes, do Hospital Universitário na Antuérpia, na Bélgica, mostrou que baixos níveis de ómega 3 no sangue estavam associados a depressão maior
— Estudando 50 pacientes hospitalizados após tentativa de suicídio, Hibblen detectou que pacientes com depressão maior, mas com níveis mais altos de EPA, estavam associado a sintomas menos severos. Esse estudo sugere que os pacientes podem reduzir a severidade de sintomas depressivos e suicidas tomando suplementos de EPA
— Malcolm Peet, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, encontrou que a célula das hemácias de pacientes deprimidos eram deficientes em ómega 3, especialmente o DHA.
— Estudo com TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperactividade) em crianças, feito por Jay R. Burgess, da Purdue University, descobriu que até 40% delas mostrou deficiência de ómega 3
— Estudo de 50 dias com 285 mulheres feito por David Benton, da Universidade de Wales Swansea, descobriu que suplementos de ómega 3 melhoram as provas de memória, vigilância e humor.
— Relação com menor incidência de depressão pós-parto em mulheres cuja dieta tem mais peixe, Hibeln,J “Fish consumptionand major depression” The Lancet 351 (1998): 1213
— Mães que ingerem mais Ómega 3 durante a gestação têm bebes mais pesados e saudáveis e menos partos prematuros. Olsen,S.F, Secher,NJ “Low Consumption of Seafood in early pregnancy as a risk for preterm delivery: propective cohort study” British Medical Journal 324 (2002) 447-451
— Menor incidência de depressão em mulheres que consumiam mais peixe durante a gestação e tinham maior concentração de Ómega 3 no leite. Hibbeln,J “ Seafood consumption, the DHA content of mother’s milk and prevalence rates of postpartum depression: a cross-national, ecological analysis” Journal of Affective Disorders 69 (2002) 15-29

Conclusões no que se refere ao Ómega 3 relacionado a transtornos mentais:

• Relação de sua deficiência com quadros depressivos
• Relação de sua deficiência com a severidade dos sintomas depressivos
• Deficiência em crianças com TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e
Hiperactividade)
• Aumento da ingestão melhora a performance em testes de memória, vigilância
e humor
• Aumento da ingestão diminui partos prematuros e depressão pós-parto

O cérebro é composto de 70% de gorduras. Acredita-se que a ingestão em excesso de gorduras saturadas, do mesmo modo que enrijece as artérias, ao serem incorporada às membranas que envolvem os neurónios também fariam com que estas ficassem mais duras. Ao contrário, quando se ingere mais gorduras ómegas 3, as membranas ficariam mais fluidas, facilitando a troca de substâncias.
O trabalho que deu início ao papel dos Ómegas nos transtornos mentais foi realizado por Dr.Andrew Stoll, ligado a Universidade de Harvard, na procura de um estabilizador do humor (classe de medicamentos para tratamento de Transtorno Bipolar, como por exemplo o Carbonato de Lítio).
Primeiro, resolveu descobrir o que os diversos estabilizadores tinham em comum, e descobriu que eles, basicamente, actuavam nas membranas e no interior das células, diferentemente da maioria das drogas psiquiátricas, que actuavam nos receptores. Os estabilizadores inibem as G-proteínas e fosfolipases, que são proteínas e enzimas que transformam os fosfolípidios das membranas em moléculas sinalizantes (signaling). Essa série de reacções que ocorrem no interior da célula após um neurotransmissor ligar-se ao receptor chama-se transdução, e os estabilizadores agiriam inibindo a transdução. Quando começou a procurar por substâncias químicas que inibissem a transdução e que nunca tivessem sido testadas em bipolares, encontrou os ómegas 3, que culminou com um artigo publicado no Archives of General Psychiatry em maio de 1999

A pergunta aqui é: como posso aumentar a minha ingestão de Ómega 3?

Primeiro, vamos dar uma ideia das fontes na dieta:

Alimento Quantidade de Ómega 3:

100g de cavala .............................................................. 2,5g
100g de arenque ........................................................... 1,7g
100g de atum (mesmo enlatado) .................................... 1,5g
100g de anchovas inteiras ............................................. 1,5g
100g de salmão ............................................................ 1,4g
100g de sardinha .......................................................... 1,0g

Fontes vegetarianas:

Semente de Linhaça (1 colher de sopa) ........................................ 2,8g
Óleo de semente de Linhaça (1 colher de sopa) ............................. 7,5g
Espinafre (1 xícara) ................................................................. 457mg
Alga marinhas secas (1 colher de sopa)..................................... 268mg
Espirulina (1 colher de sopa)................................................... 260mg
Agrião (1 xícara) ..................................................................... 528mg

Recentemente, muito tem sido dito a respeito da linhaça ou semente de linho, que uma colher de sopa teria 2,8g de Ómega 3 e uma colher de sopa do óleo teria 7,5g.
Acontece que o Ómega 3 da linhaça é o Acido Alfa Linolênico (ALA) e, conforme relatado anteriormente, este tem de ser convertido em EPA e, depois, em DHA. Acontece que o tecido cerebral tem baixa capacidade para realizar essa conversão, especialmente nos portadores de depressão, o que reforça a importância de ingerir EPA, que existe principalmente no óleo de peixe. Importante ressaltar que o ALA mantém as demais propriedades curativas do Ómega 3, isso somente vale para o cérebro, e não podemos nos esquecer de que o custo de ingerir linhaça é muito menor.
Sobre a linhaça, gostaria de fazer uma outra colocação: os óleos poliinsaturados são instáveis quimicamente, ou seja, se oxidam com facilidade. O óleo que você quer na linhaça esta dentro da semente, por isso, o ideal é moer a semente quando for ingeri-la, e moer somente a quantidade que for comer, pois se guardar a semente moída, ela oxida (estraga).
Por causa justamente dessa instabilidade é que todos os óleos poliisaturados (azeite, linhaça, canola, etc), deveriam ser guardados em vidro não-tranparentes, pois a luz faz aumentar a oxidação.
Portanto, esses saquinhos de semente de linhaça moída que se encontram à venda são um engano para o consumidor. Outro motivo para moer a semente é que, ingerindo-se a semente inteira, portadores de divertículos intestinais terão aumentadas as chances de uma semente penetrar no divertículo e provocar uma crise de diverticulite.
Por último, quando você for comprar a semente da linhaça, irão lhe oferecer a “linhaça dourada”, geralmente importada do Canadá, que é cinco vezes mais cara, alegando que tem mais propriedades terapêuticas, mas isso não é verdade. Estudos mostram que tanto a linhaça dourada quanto a brasileira têm as mesmas propriedades terapêuticas.
Também poderão dizer-lhe para não ingerir a casca da semente, o que é outra informação errada, pois a casca também tem propriedades terapêuticas, especialmente para mulheres no climatério. Na semente, realmente existem substâncias tóxicas, os chamados glicosideos cianogênicos; mas a dose de até 60 gramas/dia (correspondente a 3 colheres de sopa) não é suficiente para causar nenhum dano. Caso você queira diminuir a concentração dessas substâncias, torre as sementes antes de triturá-las.
Concluindo, o procedimento ideal no caso da semente de linhaça é torrá-las, na quantidade que lhe for conveniente, e moer somente o que for comer, conforme explicado anteriormente.
Para ter efeito no cérebro, o ideal é usar o óleo de peixe, segundo Stoll, na dose de 1 a 2 gramas diariamente. No estudo com portadores de Transtorno Bipolar, ele usou 9,6 gramas. Lembrando que a maioria das marcas tem 30% de Ómega 3, ou seja, em uma cápsula de 1000mg tem 300mg, na relação dois (200mg) EPA para um (100mg) DHA, sendo que Stoll criou uma marca com 90% de Ómega, com a relação sete para um, chamada Ómega Brite, pois para ingerir 9,6 gramas em uma concentração de 30% os pacientes teriam de ingerir um numero muito grande de cápsulas. Não se assustem com a quantidade de Ómega ingerido: os esquimós e Inuits ingerem até 19 gramas de
Ómega 3 por dia, sem nenhum problema.
Outro argumento a favor do uso de óleos na forma de cápsulas em vez de simplesmente aumentar a ingestão de peixes, encontra-se na contaminação dos peixes. Parece que os contaminantes concentram-se menos no óleo do que na carne do peixe. Segundo um estudo realizado pelo Brigham and Women’s Hospital, da Harvard Medical School, publicado em janeiro de 2005, no Archives of Pathology and Laboratory Medicine, os pesquisadores acharam que o nível de PCBs e pesticidas organoclorados estavam abaixo da faixa detectável em 5 marcas de óleos de peixe; por outro lado, se uma pessoa pretendesse obter o equivalente a 400mg de Ómega 3 por semana apenas ingerindo
peixes dos grandes lagos, ele teria de ingerir 70 vezes mais PCBs e 120 vezes mais organoclorados. Por isso, não basta ingerir qualquer tipo de peixe.
Para ter uma ideia da importância disso, o site do Vermont State Board of Health sugere que mais de uma lata de atum por semana aumenta acima do aconselhável a ingestão de mercúrio, por isso, os produtos mais bem elaborados têm uma preocupação com a origem do óleo de peixe. As anchovas da Antárctica, por exemplo, são as melhores fontes, pois são pequenas, de localização bem baixa na cadeia alimentar, vivem em águas frias, por isso têm mais gorduras; têm uma vida curta, por isso acumulam pouco contaminantes.
Mais duas informações importantes: primeiro, a dose de manutenção é a mesma que a terapêutica; segundo, especialistas aconselham ingerir junto 1 grama de Vitamina C e 800 UI de Vitamina E para diminuir a oxidação dos ômegas 3 no interior do organismo.

Por último os efeitos colaterais:

• Gastrointestinais: náuseas. A solução seria dividir a dose, tomar toda ou a maior
parte ao deitar.
• Hipervitaminose A, se estiver ingerindo óleo de fígado, especialmente de bacalhau,
por isso deve ser evitado.
• Interacção com anticoagulantes ou altas dose de aspirina e similares, apesar de
nunca ter sido relatado nenhum caso de sangramento por essa associação.

Dr. Frederico Porto
www.integracaohumana.com.br

quinta-feira, 3 de março de 2011

Alimentação errada prejudica o QI de Crianças, diz estudo

Crianças que estão acostumadas a comer muitos salgadinhos, batatas fritas, biscoitos e pizzas antes dos três anos de idade podem desenvolver um baixo QI para o resto da vida, segundo pesquisa publicada no site inglês Daily Mail. De acordo dom o estudo, realizado pela Universidade de Bristol, a diferença no QI das crianças que se alimentam de maneira inadequada pode chegar a cinco pontos em relação às crianças que receberam uma alimentação mais saudável com frutas, legumes e comida caseira.
Especialistas alertam que, mesmo que a dieta seja corrigida, o resultado não se altera, pois o período crucial está mesmo no início da infância. Estes dados são alarmantes, pois é o primeiro estudo a sugerir uma ligação directa entre a dieta das crianças aos recursos intelectuais na vida adulta.
O projecto da pesquisa levou em conta factores como classe social, aleitamento materno, escolaridade e idade materna. Os pesquisadores também permitiram a influência do ambiente doméstico, como o acesso da criança a brinquedos e livros. Analisando todos estes dados, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a alimentação é crucial nos primeiros três anos de vida, quando o cérebro cresce em ritmo mais rápido.
O fato é que crianças que consomem alimentos ricos em gorduras e açúcar deixam de consumir vitaminas e nutrientes fundamentais para o desenvolvimento completo do cérebro. Para chegar ao resultado, os pais preencheram questionários sobre os alimentos e bebidas consumidas por seus filhos com idades de três, quatro, sete e oito anos.
Três padrões alimentares foram identificados: uma dieta rica em gorduras e açúcar, uma dieta tradicional de carne e legumes e uma dieta saudável, rica em frutas, salada e legumes. O estudo foi realizado com 4 mil crianças e utilizou um sistema de pontuação para marcar cada tipo de dieta. Para cada aumento de ponto em alimentos saturados, com alto teor de gordura ou açúcar, houve uma queda de 1,67 ponto nos pontos de QI. Já para as crianças que optaram por dietas mais saudáveis, a cada aumento de ponto a favor da dieta, o aumento de QI foi de 1,2 pontos.
Os pesquisadores Pauline Emmett e Kate Northstone disseram que o efeito de uma dieta pobre no desenvolvimento do cérebro poderia durar para sempre e alertam sobre a importância da alimentação no desenvolvimento da criança. No estudo publicado no Jornal de Epidemiologia e Saúde Comunitária, o QI das crianças foi medido quando chegaram aos oito anos de idade.
Estes resultados não querem dizer que você nunca poderá dar ao seu filho alimentos industrializados, refrigerantes ou pizzas, mas que estes tipos de alimentos devem ser consumidos com moderação.
Fonte: Terra Saúde
Data da Publicação: 10/02/2011
Código de referência: 184